quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Convento de Santa Ana do Carmo de Colares (cont.)

Transferência dos primeiros frades para o cenóbio actual



Em 1457, Frei Constantino Pereira – escolhido para fundar o novo convento –, Frei João de Santa Ana e os outros religiosos, transferem-se então para o novo local, a Boca da Mata. Desbaratam mato, plantam árvores de fruto, constroem a cerca e um pequeno oratório de invocação a Santa Ana. A sesmaria doada por Sebastião Vaz e Inês Esteves aos frades carmelitas calçados, reunia todas as condições para os fins pretendidos.
Vejamos agora a descrição do local pelo Visconde de Juromenha, na primeira metade do séc. XIX:

“Acha-se o Convento edificado em hum sitio ameno, em huma planície na raiz da Serra, e sobranceiro á Villa de Collares, cercado de frondoso arvoredo. Gosa ao perto da aprazível vista da varsea, casas de campo, pomares, e quintas revestidas de copados arvoredos, e mais longe de logares, e casaes, terminado o horizonte de hum tão variado e deleitavel painel o occeano, cujas vagas prateadas se estão vendo em distancia quebrar naquellas praias”.


A 14 de Fevereiro de 1465 morre o fundador do mosteiro, Frei Constantino Pereira. O Juiz dos direitos de Colares entrega esta sesmaria a Álvares Fernandes de Abreu, escudeiro do Arcebispo de Lisboa. Entretanto é eleito vigário para o novo convento Frei João Namorado tendo, durante este período as obras obtido um notável incremento.
Novos meios ficaram à disposição do novo convento a partir de 1508, quando um dos frades carmelitas de Colares, Frei João de Santa Ana, é eleito provincial da Ordem e as esmolas recolhidas em Cascais e em Sintra que davam entrada no convento de Lisboa são transferidas para o de Colares.
Em 1519, o rei D. Manuel, concede aos religiosos do convento a mercê de possuírem bens doados até ao valor de trinta mil réis, apesar de viverem em terras pertencentes ao reguengo da Coroa.
Em 1556, D. João III dá autorização para os carmelitas do convento utilizarem a água que abastecia a vila de Colares, às segundas e terças-feiras.
Já em 1605, Filipe II concede o usufruto de uma nascente serrana que passava junto à cerca conventual, aproveitando também essas águas os frades do Convento dos Capuchos.

Texto e Fotos: André Manique

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